Australian Open – Sem nostalgia

Durante muito tempo, quando começavam os Grand Slams me dava sempre uma nostalgia. Afinal, durante uma década a meia o meu calendário se baseava na agenda do circuito profissional. As semanas dos Grand Slams, com rara exceção do Australian Open, indicavam que lá estaria eu com o Guga, fazendo as minhas matérias também para a Tennis View e depois que ele encerrou a carreira, com algum outro compromisso profissional e a própria Tennis View.

Nos últimos dois anos, por inúmeras razões, acabei não indo a nenhum Grand Slam e acompanhando e reportando daqui do Brasil mesmo. A cada ano essa nostalgia diminui. Afinal, já faz 10 anos que o Guga se aposentou. Mas, foi tudo muito intenso, a história foi escrita, amizades foram feitas e a verdade que estar em um Grand Slam é estar no auge do esporte em si e também nos relacionamentos. Jornalistas do mundo todo, agentes, Rps, as marcas, os fãs, todos estão nestes eventos. E é disso que mais sinto falta, desta conexão.

Curiosamente, quando chega o Australian Open, não tenho essa nostalgia.

Sei que o Grand Slam evoluiu muito, praticamente se transformou, desde a última vez que estive “down under” há 15 anos.

Mas, com a desgastaste viagem e o pouco tempo que por lá fiquei – o Australian Open foi o pior Grand Slam do Guga – não desenvolvi laços naquelas terras. Nunca me encontrei muito no complexo. Achava tudo meio confuso e a cidade tão pequena, se comparada a Paris, Londres e Nova York, para sediar um Slam. E, quando começava a entrar no fuso horário já era hora de voltar para casa.

A sensação que tenho ao começar o torneio em Melbourne é justamente a contrária: “Ai que bom que vou acompanhar do sofá de casa.”

Isso não quer dizer que o Grand Slam não tenha relevância ou seja empolgante. Tem tudo isso e o atrativo especial de estar no começo da temporada, quando não sabemos muito o que esperar do circuito.

É comum ser o Grand Slam onde acontecem “bombas” de notícias. Justamente por ser o primeiro grande do ano onde todos se reúnem. Este ano começou com o Andy Murray anunciando o fim da sua luta com o quadril. E nas próximas duas semanas muitas outras notícias vão rolar. A mais quente do momento é o “Player Council” e a decisão de manter ou não Chris Kermode no cargo de CEO da ATP. Mas, estamos apenas começando. Temos 2 semanas de muito tênis e muito bastidor do circuito para acompanhar.

Diana Gabanyi

Especial Guga97 – Na era do Fax

Difícil de imaginar neste mundo completamente digital que 20 anos atrás a nossa comunicação era feita por fax, por telefonemas de telefone fixo – ninguém viajava com celular e uma ligação internacional era caríssima.

Nestes tempos de comemoração dos 20 anos do primeiro título do Guga em Roland Garros, foram várias entrevistas que acabaram fazendo a gente refletir, lembrar momentos marcantes e pensar como era a vida naquela época.

Outro dia me perguntaram como eu acompanhava os resultados, já que não se transmitia Grand Slam como hoje em dia, desde a primeira rodada e um dia todo de jogos, de manhã até de noite, com direito a programa especial no fim da jornada, como o Ace BandSports ou o Pelas Quadras da ESPN.

E eu não soube responder. Depois fui perguntar em casa e para o Paulo Carvalho, empresário do Guga praticamente até o fim da carreira. E chegamos a conclusão que esperávamos o Larri ou o Guga ligar; ou entrar algum flash na televisão – das quartas-de-final pra frente todos os jogos foram transmitidos ao vivo. Lembro até do Chiquinho Leite Moreira me ligando empolgadíssimo de Paris para me contar as novidades.

Das quartas em diante eu já estava lá.

Mesmo assim, até chegar o contato com o Guga e o Larri era feito via telefone do Hotel Mont Blanc. Depois eu escrevia o release e distribuía por fax para as redações de jornais. Os jornalistas que queriam falar comigo, enquanto estava no Brasil, me ligavam. Depois que eu cheguei em Paris praticamente virei a telefonista do Hotel Mont Blanc, atendendo todos os telefonemas (99% era de gente atrás do Guga), ou falavam comigo em Roland Garros.

Era uma era diferente. Para dar alguma informação eu tinha que passar um fax ou atender o telefone. E eram  umas 200 ligações por dia, sem exageros. Só depois passamos a viajar com internet discada e a distribuir releases por email.

Nesta entrevista em vídeo para a Revista Veja dá para ter uma boa noção como 20 anos tecnologicamente falando fizeram uma revolução no método de se comunicar.

Diana Gabanyi

 

Wimbledon, tudo acontece em SW19

Durante as próximas duas semanas, nos acostumaremos a ver um código, o SW19. Especialmente para quem estiver pela Inglaterra, ou lendo e vendo o noticiário internacional esse CEP se tornará ainda mais comum. É o CEP do bairro onde está localizado Wimbledon, nos subúrbios de Londres.

Lembro que a primeira vez que fui a Wimbledon, em 1997, e vi a placa com SW19, em uma rua, mostrando que era o CEP, falei, ah, finalmente entendi. Da mesma maneira que o 90210 ficou conhecido como o nome do seriado Barrados no Baile, sendo o CEP de Beverly Hills, o SW19 é conhecido também para denominar Wimbledon.

É comum ver o CEP em títulos de matérias jornalísticas e mencionados cada vez que se fala de Wimbledon.

Para chegar do centro de Londres até SW19, a melhor maneira é mesmo o metrô, evitando o trânsito e as altas tarifas do taxi preto londrina – pode demorar até uma hora – pegando a District Line até a Wimbledon Station e depois caminhando uns 10 minutos até o All England Lawn Tennis & Crocquet Club e vendo nas placas das ruas o SW19. 

Desta segunda até o domingo dia 10, é neste zip code que se concentrarão os maiores tenistas da atualidade (lamentamos a ausência do lesionado Nadal).

É em SW19 que os tenistas alugam casas – há apenas um hotel pequeno e nada luxuoso na região – , para evitar o trânsito entre os hoteis do centro londrino e o Grand Slam, e é lá que vivem durante três semanas (na semana anterior ao torneio eles já estão hospedados). Durante este período eles frequentam os restaurants de Wimbleodn Village, os supermercados e as lojas locais.

É deste cep que sairão os campeões do mais prestigioso torneio de tênis do mundo, o de Wimbledon.

Diana Gabanyi

Serena arrasa e 4as de Roland Garros estão definidas

Depois de dois dias de chuva e um “mal-estar” em Roland Garros, do público, fãs e imprensa nada satisfeitos com o teto retrátil e os planos de expansão que nunca saíram do lugar, enfim o tênis voltou a ser jogado em Paris. E a atual campeã, Serena Williams não perdeu tempo. Garantiu logo sua vaga nas quartas de final, arrasando Elena Svitolina, a “protegee” de Justine Henin, por duplo 6/1, para encarar a surpresa russa Yulia Putintseva.

Serena arrasa e 4as de Roland Garros estão definidas

” Ela tem fome de vitória,” disse Serena, sobre a sua próxima adversária, mas sem se preocupar com o fato de ter que jogar vários dias seguidos. “Estamos acostumadas.”

A jovem, que chegou a ser treinada por Martina Hingis em um breve período, eliminou, surpreendentemente, a espanhola Carla Suarez Navarro por duplo 7/5.

Mas, ainda resta uma espanhola na competição, em um dos poucos jogos que havia sido definido antes dos céus de Paris se tornarem completamente cinza. Garbine Muguruza que encarará outra surpresa, a norte-americana Shelby Rogers.

Desconhecida do grande público, quem também surpreendeu nesta 4a. em Roland Garros foi a a holandesa Kiki Bertens. Ela ganhou de Madison Keys, por 7/6 6/3 e enfrentará a suíça Timea Bacsinzsky, que brilha de novo em Paris e não deu muitas chances a Venus Williams, ganhando por 6/2 6/4.

A última vaga na semifinal será definida entre a vice-campeã de 2009, Samantha Stosur e búlgara Tsvetana Pironkova. Ambas tiveram jogos controversos na 3a. feira, ganhando respectivamente das favoritas Agnieszka Radwanska e Simona Halep, que reclamaram de estarem jogando debaixo de chuva, como se estivessem em um torneio da série Future.

” Os resultados não mostram, mas eu estava me sentindo muito bem, vendo que estava jogando em um nível alto. Aqui tudo começou a dar certo,” analisou Pironkova, 102a colocada no ranking mundial.

Diana Gabanyi

Foto de Cynthia Lum

Oito Vezes Novak Djokovic – Todos os Títulos de Grand Slam do Sérvio

Estamos em uma era do tênis de assistir a história sendo escrita diante dos nossos olhos. Neste domingo em Melbourne, Novak Djokovic conquistou o oitavo título de Grand Slam da carreira e o quinto em Melbourne. Derrotou Andy Murray por 7/6 6/7 6/3 6/0 e escreveu seu nome ao lado de Andre Agassi, Jimmy Connors, Ivan Lendl, Fred Perry e Ken Rosewall, em número de títulos de Grand Slam. Se tornou o segundo maior vencedor do Australian Open, com um trofeu a menos apenas do que Roy Emerson. E ele tem apenas 27 anos.

Djokovic cinco vezes campeão Melbourne

Novos campeões de Grand Slam hoje em dia são raridade. As conquistas de Stan Wawrinka, Marin Cilic e Juan Martin del Potro são exceções num esporte dominado, no mais alto nível, por Djokovic, Federer, Nadal e Murray.

Apesar de Murray ainda estar longe dos números dos outros três (tem apenas 2 títulos de Grand Slam), ele é presença constante nas finais. Só em Melbourne perdeu 4.

Recordes são quebrados, números que antes pareciam tão distante são igualados e nós ficamos aplaudindo de pé. A cada Grand Slam, a cada temporada eles estão mais fortes, mais resistentes, sempre em evolução.

Anos atrás os quatro títulos de Agassi no Australian Open pareciam algo quase impossível de ser alcançado. Djokovic não só chegou lá, como superou. Superou Roger Federer, também quatro vezes campeão em Melbourne. Quem deixa o suíço para trás, a não ser Nadal em Roland Garros? Agora Djokovic na Austrália.

Vamos conferir todos os Grand Slams do número um do mundo, em que só falta Roland Garros para ele escrever ainda mais uma parte da história do esporte. apenas dedicada aos grandes campeões. Djokovic Grand Slam

2015 – Australian Open

Djokovic d. Murray 7/6 6/7 6/3 6/0

2014 – Wimbledon

Djokovic d. Federer 6/7 6/4 7/6 5/7 6/4

2013 – Australian Open

Djokovic d. Murray 6/7 7/6 /63 6/2

2012 – Australian Open

Djokovic d. Nadal 5/7 6/4 6/2 6/7 7/5

2011 – US Open

Djokovic d. Nadal 6/2 6/4 6/7 6/1

2011 – Wimbledon

Djokovic d. Nadal 6/4 6/1 1/6 6/3

2011 – Australian Open

Djokovic d. Murray 6/4 6/2 6/3

2008 – Australian Open

Djokovic d. Tsonga 4/6 6/4 6/3 7/6

 

Diana Gabanyi