Retrospectiva 2022: Primeiro semestre do tênis teve ascensão de Alcaraz, domínio de Swiatek e destaque para Bia Haddad

Janeiro

O ano de 2022 do tênis começou um pouco tumultuado, pra dizer o mínimo, e o grande destaque, como sempre, foi o Australian Open, primeiro Grand Slam da temporada, disputado em Melbourne.

Desta vez, porém, a atenção não ficou concentrada apenas nas quadras, mas também fora delas, com a ausência de Novak Djokovic, que foi impedido de participar pela lei australiana.

Depois de muita confusão e incerteza, o sérvio teve seu visto negado pela imigração ao se recusar a tomara a vacina contra a Covid-19 e, depois de alguns dias, teve sua deportação decretada, ficando de fora de um torneio tão importante, que acabou sendo conquistado por Rafael Nadal no masculino, em grande final diante de Daniil Medvedev, e Asheligh Barty no feminino.

Aliás, em plena forma e como número 1 do mundo, a australiana fez um torneio impecável e conquistou o título sem perder um único set. Porém, essa não foi a surpresa. Aos 28 anos, Barty decidiu se aposentar logo após o torneio, em casa, perto da sua família e amigos. E nem era a última grande aposentadoria do circuito na temporada.

Foto: Jimmie48/WTA


Outro ponto de destaque do Australian Open foi a bela campanha de Bia Haddad na chave de duplas, ao lado de Anna Danilina, ficando com o vice-campeonato.

Divulgação

Fevereiro


Em fevereiro, a grande atração do tênis nacional ficou para o já tradicional Rio Open, que voltou a ser disputado nas quadras de saibro do Jockey Club Brasileiro, depois de não ter sua edição em 2021.

Sendo assim, em mais um line-up de muita qualidade, o título ficou com o espanhol Carlos Alcaraz, que naquele momento conquistava seu primeiro título de ATP da carreira (logo um 500!), iniciando sua ascensão meteórica no circuito.

Foto: FotoJump


Março


O mês de março voltou a ter os tradicionais Masters 1000 norte-americanos, em Indian Wells e Miami. No primeiro, Nadal mostrou estar em ótima forma e foi dominante até a final, quando sentiu uma lesão. Somado a isso, viu um talentoso Taylor Fritz se consolidar com um dos grandes do circuito e conquistar o título em casa.

Foto: BNP Paribas Open


Em Miami, Alcaraz elevou seu nível mais uma vez e, depois da conquista no Rio de Janeiro, triunfou ao bater o norueguês Casper Ruud na decisão.

Já no feminino, Iga Swiatek assumia a condição de dona do topo após a aposentadoria de Barty. Nos dois torneios, ela praticamente não deu chances e ficou com o título. Em Miami, fez isso sem perder uma única parcial.


Abril


O mês de abril marca o início da temporada de saibro europeia e, mais uma vez, Rafael Nadal mostrou toda sua força e o motivo de ser considerado o melhor da História sobre a terra batida.

Porém, nos Masters 1000 que antecedem Roland Garros, ele não foi bem e dois nomes se destacaram no mês, conquistando um título cada um: Stefanos Tsitsipas, em Monte Carlo; Carlos Alcaraz, em Madri;


No feminino, destaque para a tunisiana Ons Jabeur, que aproveitou muito bem a ausência de Iga Swiatek pra ficar com o título do WTA 1000 de Madri.

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Maio


Chegou, então, o mês de Roland Garros. Depois de muita “brincadeira” pela Europa, chegou a hora da verdade. E neste momento, mais uma vez, Nadal mostrou o motivo de ser Nadal. Quase um adjetivo.


E não foi fácil, é verdade. Precisou de cinco sets contra o talentoso Felix Auger-Aliassime nas oitavas. Bateu Djokovic em quatro parciais nas quartas, mas foi dominante na final ao vencer o norueguês Ruud. Pela 14ª vez na carreira, o espanhol levantou o troféu em Paris.

Julien Crusnier/FFT


Swiatek continuou em grande forma e voltou ao circuito pra vencer Roma e Roland Garros. Na França, perdeu apenas um set e mostrou mais uma vez o motivo de ser uma das tenistas mais dominantes dos últimos tempos.


Junho/Julho


O meio do ano é justamente o período em que a grama floresce no circuito, com destaque para Wimbledon, disputado justamente entre o final de junho e o início de julho.


E se não teve Roger Federer, quem aproveitou foi Novak Djokovic. Se bem que Nadal foi muito bem até a semifinal, quando não entrou em quadra para enfrentar Nick Kyrgios. O sérvio, então, bateu o australiano de virada na final e conquistou o título.

Dessa vez, Swiatek mostrou que a grama não é seu forte e foi superada na terceira rodada pela experiente francesa Alize Cornet, em uma das maiores surpresas da temporada. Quem ficou com o título em Londres foi a cazaque Elena Rybakina, que superou Jabeur na final.

Essa também foi uma época de grande destaque de Bia Haddad, agora nas chaves de simples, na grama. Cenário muito inesperado.


Em ótima forma, a brasileira enfileirou dois títulos seguidos de WTA, em Nottingham e Birmigham, além da semifinal em Eastbourne, passando a ser uma jogadora mais do que respeitada no circuito.


Stephen Pond/Getty Images/LTA

Retrospectiva 2017: Federer domina o começo do ano com títulos em Melbourne, Indian Wells e Miami

Dezembro, geralmente, com poucos jogos (apenas Futures continuam sendo disputados), é época de retrospectiva, revivendo um pouco do que de melhor aconteceu na temporada do tênis em 2017.

Vamos começar com um resumo dos primeiros meses da ATP, que contou com a volta triunfante de Roger Federer.

Logo no primeiro Grand Slam da temporada, o suíço e seu grande rival Rafael Nadal puderam escrever mais um capítulo da bela História entre eles. Em uma grande final em Melbourne, Federer triunfou em cinco sets e levou pra casa o seu 18º título de Slam, os quatro maiores torneios da temporada, sendo o primeiro em cinco anos. Um momento mágico!

E ele não parou! Mantendo um tênis vistoso, muito eficiente e com a velha agressividade de volta, ele embalou com a conquista de mais dois Masters 1000 pra sua coleção, com Indian Wells e Miami, entre março e abril.

Sem dúvida, os primeiros meses de 2017 foram dele, Roger Federer, um dos maiores da História, que aos 35 anos continuava escrevendo linhas e mais linhas da sua bela contribuição ao tênis.

Ao mesmo tempo, Novak Djkovic e Andy Murray davam mostras, já nos primeiros torneios do ano, da temporada difícil que teriam pela frente.

O sérvio, com a eliminação ainda na segunda rodada em Melbourne, diante do uzbeque Denis Istomin, em cinco sets.

Já o britânico, sendo superado pelo jogo de saque e voleio do mais velho dos irmãos Zverev, Mischa, em quatro sets, nas oitavas.

Djokovic chegou a vencer o ATP de Doha, na primeira semana do ano, e Murray triunfou no ATP 500 de Dubai, mas a eliminação do primeiro nas oitavas de Indian Wells e do segundo ainda na primeira rodada, pelo canadense Pospisil, indicava que estava difícil de embalar.

Enquanto isso, no saibro sul-americano, na sua primeira edição sem Rafael Nadal como grande estrela, o Rio Open se saiu muito bem, sendo premiado com uma final entre Dominic Thiem e Pablo Carreno Busta, vencida pelo austríaco.

Não se imaginava que em alguns meses os dois fechariam o ano no top-10, e agora já com presença confirmada para o torneio em 2018.

 

Retrospectiva Roland Garros 2015: Wawrinka surpreende e é campeão de Roland Garros

Djokovic esperou um ano para ter uma nova chance de ganhar Roland Garros. Há semana e semanas ele era tido como o favorito para erguer o Trophee des Mousquetaires. Mas, ele terá que aguardar mais 12 meses para tentar completar o Grand Slam. A vitória ficou com o suíço Stan Wawrinka. Em quinzena inspirada, ganhou de Federer nas quartas, de Tsonga na semi e do quase imbatível sérvio na final, por 4/6 6/3 6/4 6/4.Wawrinka é campeão de Roland Garros
Treinado por Magnus Norman, Wawrinka recebeu o trofeu das mãos de Gustavo Kuerten, que foi recebido com gritos de “Guga, Guga, Guga.”

O brasileiro, curiosamente derrotou Norman na final 15 anos atrás. “Esse trofeu também é para você,” dedicou Wawrinka na cerimônia de premiação.
Este foi o segundo título de Grand Slam do suíço, campeão do Australian Open no ano passado.
Número um do mundo, Djokovic não perdia desde fevereiro, quando foi derrotado por outro suíço, Roger Federer na final de Dubai.

“Perdi para um jogador que foi melhor, jogou um tênis corajoso e que mereceu vencer,” disse Djokovic, que foi às lágrimas na cerimônia de premiação com a ovação de 2 minutos do público na Philippe Chatrier.
Desde 2005, quando a Era Nadal começou em Paris, Wawrinka é apenas o segundo jogador diferente a erguer o Trophee des Mousquetaires. O outro foi o compatriota Federer em 2009.

Wawrinka campeão de Roland Garros

Dias atrás Wawrinka, que venceu o torneio juvenil em Paris em 2003, chegou a afirmar que ganhar Roland Garros para ele era algo bem distante “Eu via os outros jogadores ganhando e achava que eram todos mutantes.”

Hoje, com o Trophee des Mousquetaires na mesa da sala de entrevistas de Roland Garros, junto a seu shorts que deu o que falar, Wawrinka confessou que não achou que fosse vencer outro Grand Slam e que não esperava jogar tão bem a final. “Está difícil de acreditar. Não imaginava ir tão longe na minha carreira e jogar uma final desta maneira. Não demonstrei, mas estava bem nervoso.”

Diana Gabanyi

Fotos de Cynthia Lum

Retrospectiva Roland Garros 2015: A conquista histórica de Marcelo Melo

O Brasil tem mais um campeão de Grand Slam. Neste sábado em Paris, Marcelo Melo conquistou o primeiro trofeu da categoria da carreira, ao lado do croata Ivan Dodig, derrotando a maior dupla de todos os tempos, dos irmãos gêmeos Bob e Mike Bryan por 6/7 7/6 7/5.

Melo e Dodig - Rolang Garros 2015 peq

Diante dos olhos atentos do tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten, Melo foi quem sacou para fechar a partida e conquistar o Grand Slam francês.

Vice de Wimbledon e semifinalista do Australian Open e do US Open, o mineiro enfim ergueu um trofeu de Grand Slam e justamente no maior palco do esporte para o Brasil, o palco que mudou a história do tênis no País, 18 anos atrás quando Guga conquistou o seu primeiro título na capital francesa.

” Fiquei um pouco nervoso vendo o Guga na torcida. Ele estava colocando pressão em mim,” brincou o mineiro na cerimônia de premiação. ” Há quatro anos tomei a decisão de jogar com o Dodig e hoje ganhamos Roland Garros. Obrigado ao meu parceiro, ao meu irmão e técnico Daniel Melo e a todo mundo na torcida.”

Melo se junta agora a um número restrito de estrelas brasileiras que conquistaram títulos de Grand Slam: Guga, Maria Esther Bueno, Thomaz Koch e Bruno Soares. Eram somente quatro e neste sábado se tornaram cinco os campeões de Grand Slam brasileiros.

Com apenas quatro Grand Slams disputados no ano e um número escasso de tenistas do Brasil competindo, o feito de Marcelo Melo fica ainda maior.
Ele se tornou também o primeiro brasileiro a ganhar um título de duplas masculinas em Roland Garros.

Confira a lista de todos os títulos de Grand Slam vencidos por brasileiros
Maria Esther Bueno
1958 – Wimbledon, duplas
1959 – Wimbledon, simples; US Open, simples
1960 – Wimbledon, simples e duplas; Australian Open, duplas; US Open, duplas; Roland Garros, duplas e duplas mistas
1962 – US Open, duplas
1963 – Wimbledon, duplas; US Open, simples
1964 – Wimbledon, simples;  US Open, simples
1965 – Wimbledon, duplas
1966 – Wimbledon, duplas; US Open, simples e duplas
1968 – US Open, duplas
Thomaz Koch
1975 – Roland Garros, duplas mistas
Gustavo Kuerten
1997 – Roland Garros, simples
2000 – Roland Garros, simples
2001 – Roland Garros, simples
Bruno Soares
2012 – US Open, duplas mistas
2014 – US Open, duplas mistas
Marcelo Melo
2015 – Roland Garros, duplas

Diana Gabanyi

Foto de Cynthia Lum

Retrospectiva 2015: O incrível ano de Marcelo Melo

2015 foi, sem dúvida, um ano muito especial para um tenista brasileiro: Marcelo Melo, mineiro de 32 anos, que conseguiu feitos incríveis durante a temporada e chegou à um nível que era difícil de imaginar há um tempo atrás, acumulando duas façanhas que poucos tenistas tem a oportunidade durante a carreira, sendo campeão de um Grand Slam pela primeira vez e chegando ao topo do ranking de duplas da ATP.

Melo 1 peq

Com a diversidade de parceiros sendo uma característica marcante, Melo jogou 23 torneios no ano, chegou à 7 finais e conseguiu um incrível aproveitamento de 85,71%, ao ficar com 6 títulos.

Os grandes resultados começaram logo no Australian Open, quando ele e seu parceiro mais habitual, o croata Ivan Dodig, pararam apenas na semi diante dos franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut.

O primeiro título veio no ATP 500 de Acapulco, no primeiro dia de marco, quando venceram Mariusz Fyrstenberg e Santiago Gonzalez no match-tiebreak. Aliás, vitórias em parciais decisivas foi uma importante característica ao longo do ano.131280215ROADI_FINAL_ATP_MELO

Logo no segundo Slam, no saibro, que nem é uma especialidade da dupla, o maior título da carreira. Vitória de virada sobre os irmãos Bob e Mike Bryan na final e título de Roland Garros. O primeiro de um brasileiro nas duplas masculinas.

Melo campeão de Roland Garros

Em Washington, na única final perdida, os norte-americanos deram o troco e venceram. Mas claro, sem comparar a importância dos torneios.

Depois de uma precoce eliminação na primeira rodada do US Open e da dura derrota no confronto contra a Croácia na Copa Davis, começou a grande sequência de Melo no ano.

Primeiro, ao lado do sul-africano Raven Klaasen, conquistando o ATP 500 de Tóquio e o Masters 1000 de Shangai. Depois, com o polonês Lukasz Kubot, parceiro no triunfo no ATP 500 de Viena.

#颁奖

E foi depois do torneio austríaco que o mineiro garantia o segundo incrível feito da temporada. Na atualização do ranking do dia 02 de novembro, Marcelo Melo era o primeiro duplista brasileiro a aparecer como número 1 do mundo, superando os irmãos Bob e Mike Bryan, que dominavam há muito tempo o circuito.

Marcelo Melo nº 1 do mundo

Por fim, Dodig voltou para vencer com o brasileiro o Masters 1000 de Paris. E com a vitória na primeira rodada do ATP Finals, no qual foram superados na semifinal, Melo acumulou, desde Tóquio, uma sequência de 13 vitórias seguidas. Um feito! Mas, é sempre importante ressaltar, apenas um, entre outros tantos, que fizeram de 2015 o ano mais especial da carreira do mineiro. Pelo menos até o momento.

 

Retrospectiva 2014: Wawrinka vence o seu primeiro Slam na Austrália e Na Li conquista seu último título

Começando a nossa retrospectiva de 2014 na Tennis View, o primeiro torneio a ser relembrado, como não poderia ser diferente, é o primeiro Grand Slam da temporada, que teve como grandes destaques um campeão inédito, todo show sempre marcante do major da Oceania e uma certa chinesa que venceu um dos últimos grandes torneios da carreira.

Com certeza, Wawrinka, que ainda se chamava Stanislas, e não Stan, não chegou ao torneio com status de favorito. Era o nº 8, um dos principais cabeças de chave, mas não estava no mesmo patamar de Djokovic, Nadal e Federer

Devagar e sempre, foi avançando no torneio e teve sua grande atuação exatamente nas quartas, quando venceu Djokovic em 5 sets, com 9/7 na parcial decisiva, devolvendo a derrota não menos dramática na edição de 2013 do torneio.

Na final, em mais uma atuação muito firme, bateu Nadal e entrou pra História como mais um vencedor de Grand Slam. Merecido.

Wawrinka - AO peq

Na chave feminina, as principais favoritas foram ficando pelo caminho. Serena perdeu nas oitavas para Ivanovic

Serena - AO peq

 

Sharapova foi derrotada na mesma fase por Cibulkova.

Sharapova - AO peq

E assim, a chave foi abrindo para uma certa chinesa experiente, vencedora e carismática. Na Li não desperdiçou a chance contra Cibulkova na final e levou pra casa o seu segundo Slam, depois de Roland Garros em 2011.

Pouco tempo depois, o circuito foi surpreendido com o anúncio da retirada de Na Li, logo após Wimbledon. O título na Austrália foi, sem dúvida, uma bela última lembrança da chinesa.Na Li 2 peq